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sábado, 10 de julho de 2010

VITÓRIA DA CHANTAGEM

A Câmara Municipal de Natal ofereceu nesta ultima Quinta- feira 8 de julho de 2010, mais uma vergonhosa colaboração ao projeto nacional de levar o Brasil a uma ditadura nos moldes da Venezuela, no triste episódio da discussão sobre o pretenso “EXTERMINIO” do patrimônio público constituído pelo chamado Complexo do Machadão, (cuja defesa seria constitucionalmente de sua obrigação), permitindo sua DOAÇÃO ao Estado, para que o mesmo repasse a uma empresa privada com o objetivo de cumprir o provável assalto ao erário, o qual está sendo batizado de “COPADUTO”, com inequívoca cumplicidade dos gestores públicos.

Cumpre registrar nominalmente os cinco vereadores que honraram seus mandatos tentando dialogar democraticamente em defesa dos bens do povo, são eles , Ney Lopes Jr, Prof. Luis Carlos, Raniere Barbosa, George Câmara e Sargento Regina, os quais, apesar da torpe ameaça de jogá-los contra o povo, através da chantagem nazi-fascista “quem for contra a doação é contra a Copa e contra Natal” proferida pelo líder do governo e acompanhado cordeiramente pelo resto, mesmo assim, não se deixaram intimidar.

Portanto, não houve discussão, tudo ocorreu às carreiras, de cartas marcadas, em obediência canina aos prazos da FIFA, parecendo ser, no momento, mais importantes do que a própria DIGNIDADE E SOBERANIA NACIONAL. Trocaram a discussão responsável e obrigatória sobre alienação de patrimônio público por indecorosa arenga político-eleitoreira.

Tudo começou com uma emenda do vereador Ney Lopes Jr. pretendendo substituir no esdrúxulo Projeto de Lei o termo DOAÇÃO por CESSÃO, provando que este ultimo seria uma forma de garantia de retorno do bem ao cedente, proposta derrubada pela claque sob o argumento do vereador Hermano Morais, de que a doação seria uma garantia para o doador, e, pasmem, para o donatário, PPP , ainda desconhecido (cheque em branco a portador abstrato)

Os defensores da simples cessão disseram com muita propriedade, quem doa não recebe de volta e quem cede apenas empresta, e ainda mais, numa parceria do gênero, se um dos parceiros exige a doação é porque está de ma fé, e não pretende devolver o bem.

Ora, não se trata de simples questão de hermenêutica, mas de ordem pratica, uns alegaram que o contrato diz que o bem seria devolvido até 35 anos depois com TODAS AS BENFEITORIAS, e ,eu pergunto, e se o contrato for desfeito por qualquer motivo, após a demolição dos BENS EXISTENTES, antes da construção da arena, a parcela dos bens exterminadas, será restaurada ou RESSUSCITADA , para devolução do patrimônio em seu valor original ???,ou seja, vão devolver o Machadão e Machadinho inteirinhos, ou a PPP VAI NOS INDENIZAR EM MOEDA CORRENTE, ou quaisquer outras GARANTIAS, e aí, ficaremos sem estádio, sem ginásio, sem Arena das Dunas, sem Copa, igual ao caipira que caiu no conto do vigário???. Não seria mais simples e racional, construir a arena em qualquer das INUMERAS glebas oferecidas pelo Estado como FUNDO GARANTIDOR do negócio,... ou negociata ?

Nesse episódio, a chantagem saiu vitoriosa. Vamos aguardar a Assembléia Legislativa e o Ministério Público.

Deus nos proteja, Amem.

Moacyr Gomes da Costa – Arquiteto
09/07/2010

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